Fotografando seus amigos em momentos de intimidade, Alex Oliveira se utiliza do seu novo lar para dar início a um fabulário do delírio cotidiano, tornando, constantemente, o que era privado, público.

Num espaço que funciona como uma casa de espetáculos da vida diariamente encenada, os personagens – donos de suas peculiaridades e excentricidades – dão vida a essa arte de compor e contar fábulas, numa relação compartilhada entre fotógrafo e personagens fotografados, onde ambas as partes sofrem influências, restando, conseqüentemente, fábulas imagéticas formadas por um conjunto de instantes.

É notável e perceptível nas imagens, os desejos, sonhos e ambições de uma juventude que se percebe cada dia mais confusa, trazendo constantemente esses questionamentos: O que é arte? Qual é a dimensão da responsabilidade de ser artista num país tão carente de investimentos em cultura?

Aurora Descoberta é a claridade que precede no horizonte de expectativas. É o nascer de uma família descoberta nos amigos. Seja pelo sentimento de estar só numa nova cidade e o desejo de querer sentir-se em casa, seja por uma constante necessidade voyeurista de esmiuçar os momentos tão fugazes dessa vivência compartilhada.

Tudo tem um quê de princípio descoberto, de benevolência distribuída, de uma juventude que se re-inventa constantemente criando personas que funcionam como um antídoto para a realidade.